O ex-presidente Jair Bolsonaro, filiado ao PL, revelou ter utilizado um ferro de solda para danificar intencionalmente a tornozeleira eletrônica que estava usando. Esta confissão foi feita pouco antes de ele ser detido preventivamente em uma manhã de sábado.
Um relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contém detalhes da operação de monitoramento e as explicações que Bolsonaro forneceu sobre os danos identificados no equipamento.
A diretora-adjunta Rita de Cássia, que assina o documento, e sua equipe conversaram com Bolsonaro durante a inspeção. Questionado se havia usado algo para queimar o aparelho, ele respondeu: ‘Meti um ferro quente aí. Curiosidade’. Questionado sobre o objeto específico usado, ele acrescentou: ‘foi ferro de soldar […] Não rompi a pulseira não’.
Acionamento da equipe de monitoramento
Um alerta emitido à 0h07 pelo Centro Integrado de Monitoração Eletrônica fez com que a equipe se mobilizasse prontamente. Os agentes, que já estavam perto da residência, foram chamados para verificar a situação.
Ao chegar, os policiais e a diretora tentaram primeiro entender a situação, acreditando inicialmente que um choque acidental em uma escada poderia ter causado o dano. No entanto, uma inspeção mais detalhada descartou essa possibilidade, apontando para marcas de queimaduras no dispositivo, o que foi confirmado pelo ex-presidente.
Substituição do aparelho e desfecho
Após verificar a violação da tornozeleira, a equipe técnica a substituiu imediatamente e Bolsonaro foi autorizado a voltar ao repouso. O incidente foi formalizado e comunicado ao STF como parte do processo de monitoramento judicial.
Logo depois, Bolsonaro foi preso preventivamente a pedido do ministro Alexandre de Moraes. Este episódio está documentado no relatório oficial sobre a administração das medidas cautelares impostas a ele.