Brasileira considerada “bonita demais” para ser freira pede por Justiça após ser retirada de cargo no Vaticano

Aline Pereira Ghammachi, natural do Amapá e ex-madre-abadessa do Mosteiro San Giacomo di Veglia, luta por justiça após ser afastada de seu cargo seguindo uma denúncia anônima ao Vaticano. Formada em administração, Aline foi nomeada a abadessa mais jovem na Itália em 2018, onde implementou diversos projetos sociais.

Em 2023, ela foi acusada por uma carta anônima de manipular freiras e ocultar recursos financeiros do mosteiro. Apesar de uma auditoria inicial sugerir o arquivamento do processo, uma subsequente investigação em 2024 concluiu, de forma controversa, que Aline era 'desiquilibrada'. Como resultado, ela foi destituída no mesmo dia da morte do Papa Francisco, um evento que marcou profundamente o Vaticano e sua comunidade.

A sucessora de Aline, uma abadessa de 81 anos, tomou posse causando descontentamento entre as freiras, motivando a saída de onze das vinte e duas religiosas do mosteiro em solidariedade a Aline. Elas denunciaram um ambiente de calúnias e acusações infundadas, descrito como "tratamento medieval".

A freira defendida afirmou: “Foi inaugurado um tratamento medieval, um clima de calúnias e acusações infundadas contra a irmã Aline que, por sua vez, é uma pessoa muito séria e escrupulosa e que nos últimos anos se tornou o ponto de referência para a comunidade”.

Atualmente, Aline refugiada, conta com o apoio de benfeitores enquanto recorre ao Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, negando todas as acusações e atribuindo sua remoção a machismo e xenofobia. A religiosa segue esperançosa, especialmente com a eleição do Papa Leão XIV, cujo perfil sugere uma valorização maior da justiça.

Apesar de não mais estar no mosteiro, Aline pretende continuar seu trabalho social junto a suas ex-companheiras, demonstrando resiliência e compromisso com suas causas.