Caso Andrei: após 9 anos, justiça é feita e tio que violou e tirou a vida do sobrinho é condenado

  • O ex-membro da Brigada Militar, Jeverson Olmiro Lopes Goulart, foi sentenciado a 46 anos de reclusão, acusado de homicídio com dupla qualificação e abuso sexual de menor.

    O julgamento, efetuado no Foro Central de Porto Alegre, confirmou que ele assassinou seu sobrinho, Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, aos 12 anos, em 2016, visando esconder outro delito e complicar a defesa da vítima. Anteriormente visto como suicídio ou acidente, o inquérito foi reativado em 2020 pela persistência da mãe da vítima que apresentou novos elementos ao Ministério Público do Rio Grande do Sul.

    Divergências do caso

    Na ocasião do fato, o adolescente foi descoberto falecido em seu leito, com um ferimento de bala na cabeça. O tio alegou que o garoto tinha manuseado sua arma, disparando-a por acidente. Um bilhete junto ao corpo, escrevendo “Mãe, eu te amo, me enterre com a camisa do Grêmio”, levantou suspeitas da família, que destacaram discrepâncias na escrita e na origem do papel. Esses pormenores foram crucial para a retomada das investigações e a revelação de inconsistências nas versões dadas.

    Condenação e reação da defesa

    O Ministério Público defendeu que o assassinato foi executado para encobrir o abuso sexual infligido ao menino, apresentando provas de manipulação do local e adulteração do bilhete. O júri aceitou as argumentações da acusação e confirmou as qualificadoras propostas na denúncia. A decisão decretou o início imediato da pena em regime fechado, e o ex-policial foi detido imediatamente após a divulgação do resultado, acompanhando o processo por videoconferência do Rio de Janeiro.

    O advogado de defesa, Edson Perlin, sustentou que o jovem tinha cometido suicídio, rejeitando as acusações e questionando a falta de provas concretas. Após o julgamento, respeitou a sentença mas indicou que planeja apelar. O episódio, conhecido como “Caso Andrei”, agora prossegue para a fase de execução penal sob a jurisdição da 1ª Vara do Júri da Capital.

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