A situação política caótica no Nepal escalou dramaticamente com a morte de Rajyalaxmi Chitrakar, a esposa do ex-primeiro-ministro Jhalanath Khanal. Ela sucumbiu aos ferimentos causados por queimaduras durante um protesto violento na capital, conforme relatado pela News 18, parceira da CNN na Índia. A vítima foi hospitalizada em estado grave, mas não conseguiu sobreviver.
Este trágico evento ocorreu durante uma série de manifestações agressivas que se espalharam pelo país por dois dias consecutivos. A agitação também deixou outros líderes políticos feridos, incluindo ministros e ex-primeiros-ministros, destacando a severidade da crise.
Casualidades e confrontos
Na última segunda-feira, aproximadamente 19 indivíduos perderam suas vidas e mais de 100 foram feridos nos primeiros confrontos. O gatilho dessas revoltas foi a decisão do governo de restringir o acesso às redes sociais, exacerbando o descontentamento público. A resposta com gás lacrimogêneo e balas de borracha pela polícia aumentou ainda mais a revolta dos manifestantes.
A magnitude dos protestos foi tão intensa que forçou a renúncia do atual primeiro-ministro, KP Sharma Oli. A maioria dos participantes dos protestos são jovens, descontentes com o desemprego e as escassas oportunidades de futuro no país, muitos dos quais dependem de empregos temporários no exterior, em locais como Coreia do Sul e Malásia.
Incerteza política
Analistas apontam que este é um dos maiores levantes no Nepal em décadas. Desde a abolição da monarquia em 2008, o país têm enfrentado contínuas instabilidades políticas e econômicas. A morte de Rajyalaxmi Chitrakar, ligada a uma figura histórica do país, coloca em ainda maior dúvida o futuro da democracia no Nepal.