Paciente brasileiro mantém HIV indetectável por 78 semanas; estudo aponta avanço promissor

  • Um avanço significativo na pesquisa sobre o HIV foi alcançado por cientistas da Unifesp no Brasil, onde um dos pacientes conseguiu manter o vírus indetectável por aproximadamente um ano e meio, sem o uso contínuo de medicamentos antirretrovirais. Embora isso não represente uma cura definitiva, os resultados são promissores para o desenvolvimento de uma possível 'cura funcional' para o HIV.

    Este progresso no tratamento foi atingido por meio de uma abordagem terapêutica experimental, que visava atacar e eliminar o vírus escondido em reservatórios no corpo, áreas onde o HIV se mantém inativo e fora do alcance das terapias convencionais.

    Detalhes sobre o Paciente P13

    Identificado na pesquisa como P13, o paciente expressou uma resposta notável ao tratamento experimental, atingindo a condição de indetectável ao longo das interrupções do uso diário de medicamentos. Porém, foi uma condição temporária, pois após um período sem medicação, uma reinfecção ocorreu em 2021, e o tratamento tradicional foi retomado.

    Metodologia do Estudo

    O estudo, iniciado em 2015, envolveu 30 homens latino-americanos com média de idade de 38,3 anos. Durante 48 semanas, os participantes foram submetidos a uma terapia intensificada que combinava antirretrovirais convencionais com outros medicamentos, como a nicotinamida. Este composto ajuda a 'acordar' o vírus que está dormente, além de promover a eliminação de células infectadas e o fortalecimento do sistema imunitário.

    Após esse período de tratamento intensificado, os participantes pararam de usar os medicamentos para testar se poderiam controlar o vírus sem ajuda farmacológica. Na maioria dos casos, o HIV voltou a ser detectado em poucas semanas. Contudo, o paciente P13 mostrou-se uma exceção, mantendo uma carga viral indetectável por mais de 500 dias, um marco impressionante considerando a natureza complexa do tratamento do HIV.

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