Página de fofoca vira caso de polícia e criadora vai parar na prisão

  • Uma mulher de 21 anos foi detida preventivamente na última terça-feira em Conceição das Alagoas, no estado de Minas Gerais, por envolvimento em práticas de extorsão através de uma página de fofocas que ela administra nas redes sociais. Conforme relatos da Polícia Civil, ela solicitava até R$ 300 para deletar publicações que difamavam cidadãos do município, que possui uma população de menos de 30 mil pessoas. A identidade da acusada não foi revelada pela polícia.

    Investigações conduzidas ao longo de quase dois meses, denominadas Operação Maledicta Bocca, compuseram um quadro de provas que apontam o uso deste meio como forma de sustento da acusada. Pessoas afetadas pela exposição em tal página relataram ser coagidas a efetuar pagamentos para a remoção das postagens difamatórias, o que motivou a abertura de um inquérito policial.

    Implicações legais da extorsão digital

    Atualmente, três vítimas foram identificadas, mas acredita-se que possam existir mais, incluindo pessoas em Uberaba, cidade a 60 km de distância. O delegado Bruno Vinicius, que está à frente do caso, indicou que o número de denúncias pode crescer significativamente. "Ela caluniou a cidade inteira, difamou a cidade inteira. Cada vítima que procurava [a polícia] ia aumentando a pena", afirmou, destacando o potencial incremento na severidade das punições. A pena mínima para o crime de extorsão pode chegar a mais de 12 anos.

    A polícia incentiva que qualquer indivíduo que tenha sido alvo desse tipo de chantagem ou que tenha pago pela remoção de conteúdo procure registrar uma ocorrência. A jovem enfrenta acusações adicionais de difamação e injúria, que poderiam aumentar significativamente o tempo de reclusão, em caso de condenação.

    Intervenção e futuros procedimentos judiciais

    Determinações judiciais incluíram o bloqueio das contas bancárias da acusada utilizadas para as transações financeiras ilícitas, bem como a suspensão indeterminada da página de fofocas nas redes sociais. A infratora foi levada para a Penitenciária Professor Aloisio Inácio Oliveira, em Uberaba, onde permanece à disposição do poder judiciário. As penas combinadas, se confirmadas todas as acusações, podem ultrapassar os dez anos de reclusão.

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