Lorena Pires, a primeira soprano brasileira a ser aceita na prestigiosa Academia de Ópera de Paris, está prestes a embarcar para uma importante etapa em sua carreira. Aos 25 anos, essa talentosa cantora do Espírito Santo também tem laços com o quilombo de Vila Juazeiro, na Bahia.
Com um histórico de prêmios e uma notável presença em grandes concertos de música clássica, Lorena celebrou esta conquista durante uma entrevista concedida ao governo do Espírito Santo: "Recebo essa oportunidade com muita emoção e gratidão, porque há um ano, eu pesquisava e escrevia sobre Maria D'Apparecida, a primeira cantora latina e afrobrasileira a pisar nesse palco, e agora, tenho o privilégio de seguir seus passos, mas com menos barreiras".
Conquista inédita
A entrada de Lorena na Academia de Ópera de Paris não é apenas uma vitória pessoal, mas também um marco que abre portas para as futuras gerações de cantores líricos brasileiros. Para alcançar esse patamar, ela teve que estudar intensamente, contando com o apoio de Lício Bruno, um renomado professor e cantor, durante sua formação na Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames).
História de superação
Lorena, orgulhosamente, lembra sua trajetória até aqui: "Para chegar até este ponto, dei muitos passos, mas eles não começaram no momento que entrei na Fames em 2020, ou quando iniciei minhas aulas de canto em 2016. Estes passos vem de muito longe, de meus ancestrais desde 1500".
Ter oportunidade
Após realizar performances significativas, como interpretar Lauretta na ópera Gianni Schicchi de Puccini, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Lorena se prepara para participar de "Porgy and Bess" de Gershwin, no Municipal de São Paulo em 2025. "É muito importante ter competência, mas ter oportunidades é o que realmente faz a diferença", conclui Lorena, agradecendo todos que contribuíram para sua jornada.
