A morte de Gerson de Melo Machado, um jovem de 19 anos, ao invadir a jaula de uma leoa no Parque Zoobotânico Arruda Câmara, conhecido como Bica, em João Pessoa, no último domingo, repercutiu fortemente e evidenciou as lacunas no atendimento à saúde mental no país. O incidente, capturado em vídeos e disseminado nas redes sociais, ilustrou a gravidade da situação diante dos espectadores.
Gerson, também conhecido como Vaqueirinho, teve uma infância e adolescência difíceis, crescendo em um lar com histórico de problemas psiquiátricos, inclusive com sua mãe diagnosticada com esquizofrenia. A despeito de sinais de problemas mentais, Gerson não recebeu o mesmo suporte que seus irmãos, que foram adotados.
Antecedentes e Comportamento de Gerson
Com o tempo, Gerson envolveu-se em atividades ilegais como pequenos furtos e assaltos, além de ter conflitos com autoridades policiais. Muitos acreditavam que seus atos eram influenciados por crises psiquiátricas. Frequentemente detido, ele era logo liberado com a justificativa de que necessitava de cuidados médicos, não de punição penal.
As aspirações de Gerson e o incidente fatídico
Gerson nutria um fascínio por leões, sonhando em ser um domador, o que o impulsionou até mesmo a uma tentativa frustrada de embarcar ilegalmente para a África. Seu trágico destino culminou quando decidiu entrar na jaula de uma leoa, uma decisão que, segundo informações, não foi um ato isolado. Pouco antes do ocorrido, um diretor de penitenciária onde Gerson havia sido encarcerado divulgou um vídeo ressaltando a complexidade do seu caso, reforçando a necessidade de medicamentos e internações frequentes.
Em uma declaração ao meio de comunicação Splash, da UOL, a conselheira Verônica Oliveira, que acompanhou Gerson desde cedo, lamentou a falta de suporte adequado de saúde mental. Deixe de criticar a gestão do caso pelas autoridades, apontando a responsabilidade das entidades públicas pelo trágico desfecho, destacando que 'Todo o poder público falhou com ele'.
