O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou, durante uma coletiva de imprensa no Senado nesta quinta-feira (17/7), sua disposição de dialogar diretamente com o ex-presidente americano Donald Trump. O objetivo seria negociar uma redução na tarifa de 50% que foi imposta aos produtos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos. Bolsonaro indicou que seu envolvimento nesse diálogo depende de determinadas condições políticas internas, incluindo a anistia de figuras políticas e a devolução de seu passaporte pela Polícia Federal.
Bolsonaro salientou que poderia facilitar as negociações entre Brasil e EUA caso recebesse sinais claros de apoio interno, incluindo a liberação para viagens internacionais. Ele expressou isso na seguinte frase: "se o Lula sinalizar para mim […] eu negocio com o Trump". Ele descreveu essa ação como um "atalho diplomático", que também está condicionado à entrega de seu passaporte, atualmente retido.
A Perspectiva de Bolsonaro sobre a Tarifa
O ex-presidente justificou a alta tarifa imposta por Trump como um "sinal de alerta", descartando que isso represente uma ameaça direta à soberania do Brasil. No entanto, afirmou estar preparado para atuar como um negociador informal, desde que tenha suporte político e legal.
Essa intervenção teria implicações tanto na política interna, através de possíveis anistias, quanto na política externa, com um possível retorno de Bolsonaro ao cenário internacional. Ele também defendeu a atuação de seu filho, Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos EUA, destacando que Eduardo tem estabelecido importantes relações políticas diretas, atuando mais eficazmente que a diplomacia oficial em certas questões.
Resposta de Lula às Tarifas
Após o anúncio das tarifas de 50% por Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu firmemente, declarando que "nenhum gringo vai mandar neste presidente", sublinhando a soberania nacional. Lula assegurou que o Brasil está pronto para aplicar tarifas equivalentes em resposta, amparadas pela Lei de Reciprocidade. Além disso, o governo brasileiro está engajado em diálogos com setores econômicos americanos afetados, tentando reverter a situação através de acordos comerciais e negociações diplomáticas, preparando-se também para possíveis retaliações.
Donald Trump, por outro lado, indicou estar aberto a dialogar com Lula no futuro, porém condicionou essa disposição à resolução das acusações pendentes contra Bolsonaro, adicionando uma camada de incerteza e politização ao comércio entre os dois países.