Às vésperas de um julgamento significativo, Jair Bolsonaro (PL), sob prisão domiciliar, recebeu em sua casa no Jardim Botânico, Brasília, a visita do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O foco do diálogo estava na articulação sobre a anistia dos envolvidos nos incidentes de 8 de janeiro.
Embora Lira tenha optado por não comentar o assunto publicamente, seus assessores informaram que o encontro foi um gesto de solidariedade. A reunião durou aproximadamente uma hora, iniciando às 16h, e girou em torno das negociações que estão ocorrendo no Congresso. Durante o encontro, Bolsonaro ressaltou a importância de se avançar com um projeto de anistia extensivo, abrangendo manifestantes, políticos e militares sob investigação.
Resistências no Congresso
Segundo fontes, Lira apresentou a Bolsonaro um panorama do cenário atual na Câmara: o projeto é apoiado pelo PL e alguns partidos do Centrão, mas enfrenta oposição tanto na base governista quanto em segmentos da oposição moderada. Discutiu-se, inclusive, a possibilidade de uma anistia limitada para enfrentar essas resistências.
O encontro teve também um significado simbólico, demonstrando aos aliados que Bolsonaro tem suporte, mesmo em um período crítico. Além disso, reafirmou a aliança política entre Lira e Bolsonaro, apesar das pressões no ambiente político e legal.
Bolsonaro busca manter influência
Ainda que restrito pela prisão domiciliar, Bolsonaro se esforça para manter seu papel de liderança política. Nos bastidores, ele conferiu maior visibilidade a Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), enquanto em encontros privados, como o com Lira, delibera estratégias. A questão da anistia é esperada para ser o foco principal nas discussões entre líderes da oposição na reunião agendada para a manhã seguinte, às 11h.