Em Tuam, localizado no condado de Galway na Irlanda, inicia-se uma significativa operação de escavação no local do antigo Bon Secours Mother and Baby Home. Este estabelecimento funcionou de 1925 até 1961, servindo como abrigo para mulheres grávidas solteiras, alvos de forte estigma social na época, forçadas a esconder suas gravidezes.
As condições precárias no orfanato levaram à morte de muitos bebês, que foram enterrados anonimamente em uma vala comum.
Descoberta Chocante em 2014
A atenção pública foi capturada em 2014 quando a historiadora Catherine Corless divulgou que 796 crianças faleceram sob os cuidados da instituição, com base em documentos oficiais. Dessas, apenas duas foram sepultadas em cemitérios formais, enquanto as outras 794 crianças foram encontradas em uma fossa séptica convertida em sepultura.
Pesquisas iniciais em 2017 corroboraram a presença de restos humanos, indicando as causas de morte associadas a desnutrição, doenças infecciosas como o sarampo e pneumonia, retratando uma história de negligência.
Processo de Exumação
Segundo Daniel MacSweeney, que lidera os trabalhos, a exumação das crianças levará cerca de dois anos devido à complexidade e ao volume dos restos a recuperar.
Após o escândalo, as Irmãs de Bon Secours, antigas administradoras do orfanato, pediram desculpas publicamente em 2021 e contribuíram com 12,97 milhões de euros para um fundo de compensação destinado aos sobreviventes e familiares das vítimas.