A Guarda Costeira dos Estados Unidos concluiu que a destruição do submersível Titan, ocorrida em 2023, foi causada por erros significativos no design e por uma série de falhas nos protocolos de segurança ignoradas pela empresa Oceangate.
O relatório publicado nesta terça-feira (5) caracterizou o desastre como algo que poderia ter sido prevenido, apontando críticas severas à gestão da expedição aos destroços do Titanic pela companhia responsável. A falha crucial identificada foi a perda de integridade estrutural do casco, feito de uma fibra de carbono que não suportava a pressão encontrada em profundidades extremas.
Desprezo por Normas Estabelecidas
O documento revela que a Oceangate negligenciou padrões essenciais de engenharia durante o projeto do Titan, além de ter falhado em executar inspeções e manutenções pertinentes. A empresa menosprezou ainda incidentes passados que já sinalizavam perigos estruturais ao submersível.
Destacou-se também a falta de um estudo apropriado sobre a integridade duradoura do casco e o uso excessivamente confiante do sistema de monitoramento em tempo real, sem a devida análise crítica dos dados coletados.
Ambiente de Trabalho Prejudicial
O relatório também trouxe à tona um ambiente de trabalho prejudicial dentro da Oceangate, onde era comum desencorajar funcionários e colaboradores a reportar problemas técnicos. Contrariando as práticas de segurança conhecidas na indústria, a empresa preferiu operar de maneira autônoma e sem as devidas certificações, conforme apontado pelas autoridades.
“Por vários anos antes do incidente, a empresa adotou táticas de intimidação, defendendo suas operações científicas e utilizando sua reputação para evitar fiscalizações”, relatou a Guarda Costeira Americana.
Tragédia com Repercussão Global
O incidente do Titan, que ocorreu em 18 de junho de 2023, ganhou atenção internacional após o desaparecimento do veículo durante uma expedição comercial. Estavam a bordo o CEO da Oceangate, Richard Stockton Rush, um copiloto e três bilionários que morreram instantaneamente com a implosão do submarino a mais de 3 mil metros de profundidade. Desde então, ex-funcionários têm revelado mais sobre as falhas nos procedimentos internos da empresa.
Agora com o relatório final disponível, familiares das vítimas e especialistas estão solicitando um controle mais rigoroso sobre as expedições submarinas comerciais. Os achados do documento corroboram com os depoimentos das audiências públicas de 2024, pintando um quadro alarmante da negligência que levou a este fatídico evento.