A medicina brasileira apresenta um avanço significativo: um remédio experimental baseado em proteínas da placenta tem devolvido os movimentos a indivíduos com tetraplegia devido a lesões medulares. Uma dessas pessoas é Bruno de Freitas, que após um acidente de carro em 2018, recebeu o tratamento e conseguiu recuperar a capacidade de caminhar.
Este tratamento promissor foi desenvolvido pela UFRJ sob a liderança da pesquisadora Tatiana Coelho de Sampaio, em colaboração com o laboratório Cristália. O projeto utiliza a laminina, uma molécula encontrada em pequenos fragmentos da placenta humana, e tem demonstrado a capacidade de regenerar neurônios e melhorar a função motora de pacientes com lesões na medula espinhal.
O medicamento, chamado Polilaminina, é administrado diretamente na medula dos pacientes em doses minúsculas e tem mostrado potencial para reestabelecer a comunicação entre o cérebro e o corpo. Apesar de ainda estar em fase de testes e sem a aprovação oficial da Anvisa, os resultados preliminares são promissores, com seis pacientes já beneficiados desde 2018.
Além dos seres humanos, o tratamento também foi aplicado com sucesso em animais, incluindo cães e ratos, que recuperaram a mobilidade após lesões medulares. Importante destacar que, até o momento, não foram reportados efeitos colaterais significativos em nenhum dos casos tratados.
Atualmente, o remédio aguarda autorização para a realização de estudos clínicos em larga escala, processo que está a cargo da Anvisa. Enquanto isso, hospitais em São Paulo já se preparam para iniciar os tratamentos, assim que receberem o sinal verde da agência reguladora.
Com a esperança de validar cientificamente este tratamento revolucionário, a comunidade médica e os pacientes aguardam ansiosamente por avanços que possam confirmar a eficácia do medicamento e, consequentemente, beneficiar milhares de pessoas afetadas por lesões na medula espinhal em todo o mundo.