Neurônios não morrem, como se pensava. Descoberta ajuda contra Alzheimer e Parkinson

  • A ciência fez uma descoberta importante que contraria a ideia tradicional sobre o envelhecimento cerebral. Um estudo recente, publicado na revista científica Nature, demonstrou que os neurônios não são perdidos em grande número conforme envelhecemos, mas sim, eles perdem sua eficiência.

    Esta nova compreensão surge desafiando a visão anterior que associava o envelhecimento a uma morte maciça de neurônios e ao acúmulo de proteínas tóxicas. Esses dois fatores eram pensados como as principais causas para a deterioração das capacidades cognitivas em doenças como Alzheimer.

    A pesquisa analisou mais de 360 mil células e encontrou que, enquanto os neurônios permanecem, eles se tornam menos eficientes porque genes importantes para energia, reparo e metabolismo começam a enfraquecer após os 40 anos.

    Detalhes interessantes

    O estudo faz observações chave:

    • Enquanto os neurônios se mantêm, ocorre um acúmulo de cerca de 15 mutações por ano em cada célula, que são resultado do desgaste natural e fatores ambientais.
    • A pesquisa também apontou que genes mais curtos e ativos são mais afetados, enquanto genes longos ligados à cognição têm uma proteção extra.
    • Foi observado ainda que há uma redução na função dos genes que atuam como inibidores da atividade cerebral, causando um desequilíbrio nas conexões neurais.

    Durante os primeiros anos de vida, o estudo identificou uma grande quantidade de neurônios e astrócitos em desenvolvimento, enquanto na velhice, a rede de células precursoras da mielina, que ajudam na regeneração das conexões, estão em declínio.

    Mudança de Perspectiva

    De acordo com especialistas, este estudo transforma nossa compreensão sobre o envelhecimento cerebral, enfocando mais nas causas moleculares e menos apenas nos sintomas. Isso abre caminhos para:

    • abordagens de prevenção mais cedo, focando em hábitos saudáveis desde os 40 anos;
    • desenvolvimento de terapias inovadoras que mantenham a eficiência genética dos neurônios;
    • diagnósticos mais precoces que possam detectar riscos de doenças neurodegenerativas antes dos primeiros sintomas clínicos.

    A pesquisa indica que, embora haja um desgaste geral, a capacidade de os neurônios continuarem vivos oferece uma visão positiva para o futuro do tratamento de condições degenerativas cerebrais.

    Viva a ciência!

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