O tranquilo distrito de Uiraponga, situado na zona rural de Morada Nova no Ceará, foi palco de uma dramática mudança nas últimas semanas. Conhecido por sua pacata rotina, o local foi repentinamente abandonado devido a ameaças de facções criminosas que disputam o território. Atormentadas pela perspectiva de violência iminente, diversas famílias evacuaram, deixando para trás um cenário de escolas e comércios fechados e ruas desertas.
O estopim da situação ocorreu após o homicídio de um membro de facção no espaço público central de Uiraponga, morte essa creditada a um grupo antagonista. Em retaliação, um líder do Terceiro Comando Puro expediu uma ordem imperativa para que todos os residentes deixassem suas casas imediatamente.
Paralisação dos serviços básicos
A retirada abrupta dos habitantes levou à paralisação total dos serviços essenciais. Instituições de ensino interromperam as aulas, lojas cerraram as portas e o posto de atendimento médico suspendeu suas operações. Estima-se que aproximadamente duas mil pessoas tenham buscado refúgio em municípios adjacentes. Hoje, Uiraponga ressoa silêncio, assemelhando-se a um espectro de cidade abandonada pelo medo.
Em um depoimento ao programa Domingo Espetacular, um ex-morador revelou que a comunidade foi notificada sobre o prazo de apenas 48 horas para evacuar a área. "Receberam um comunicado de que tinham 48 horas para sair. A gente ficou com medo… decidimos juntos sair também", relatou.
Prisão do suspeito responsável pela ordem de expulsão
Recentemente, o indivíduo suspeito de emitir a ordem de desocupação foi detido em São Paulo. Com apenas 25 anos, o acusado foi localizado por uma operação conjunta entre policiais do Ceará e autoridades paulistas, conforme reportado pelo g1. O homem estava atrelado ao Terceiro Comando Puro, atuando diretamente no distrito de Uiraponga.