Chega ao fim a luta da jovem diagnosticada com doença rara, aos 22 anos ela pesava apenas 27 kg

  • As doenças raras apresentam grandes desafios, tanto para a medicina quanto para a resistência emocional e física dos pacientes e suas famílias. A dificuldade de diagnóstico precoce, a escassez de especialistas e a limitação de recursos complicam ainda mais a luta contra esses males.

    A história de Yasmin da Silva Cândido exemplifica essa dura realidade. Ela enfrentou com coragem a acalasia, uma doença severa e pouco frequente que afeta o esôfago, impedindo a passagem adequada dos alimentos para o estômago.

    Yasmin tinha apenas 22 anos quando faleceu, no dia 2 de maio, e seu sepultamento ocorreu no dia seguinte no Cemitério Colina da Saudade, em Viçosa, Minas Gerais.

    Com um peso de apenas 27 quilos devido à severidade de sua condição, diagnosticada em 2020, Yasmin sofreu uma deterioração nutricional significativa, resultando em uma perda contínua e acentuada de peso.

    Sua luta mobilizou familiares e amigos que arrecadaram cerca de R$ 22 mil para uma cirurgia em um centro referenciado em Recife, diante do agravamento dos sintomas e falha do tratamento inicial via dilatação pneumática, que consiste na utilização de um balão inserido no esôfago para facilitar a passagem dos alimentos.

    Em uma entrevista no final de 2024, Yasmin compartilhou os primeiros sinais da doença, como engasgos durante o sono, que depois de investigados em Belo Horizonte, levaram ao diagnóstico da acalasia.

    Com a progressão da doença, ela enfrentou crises severas, como a paralisação do intestino em maio de 2024, que exigiu uma cirurgia de emergência e a utilização de uma bolsa de colostomia. Em seis meses, ela perdeu 16 quilos, comprometendo dramaticamente sua recuperação.

    Acredita-se que a acalasia de Yasmin pode ter sido causada pela Doença de Chagas, transmitida pelo parasita Trypanosoma cruzi e comum em certas regiões do Brasil. Essa conexão destaca a acalasia como uma condição rara, afetando entre 1 e 2 pessoas a cada 100 mil, muitas vezes desassistida pelo sistema de saúde público.

    O legado de Yasmin é uma mensagem de resiliência e um alerta sobre a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento adequado para enfermidades pouco conhecidas. Seu caso ressalta a importância de políticas públicas mais inclusivas e de uma maior conscientização sobre doenças raras.

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