O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) está aprofundando as investigações envolvendo o Corinthians, com particular atenção ao uso dos cartões corporativos e as despesas realizadas pela presidência do clube. O inquérito agora inclui a análise de eventuais ligações com a organização criminosa PCC, levantadas após declarações do presidente do Conselho Deliberativo sobre ameaças recebidas por ter exposto a potencial infiltração do crime organizado.
O promotor encarregado destacou que alguns atletas do clube se hospedaram em um imóvel associado a um membro suspeito da facção. Embora não sejam alvo direto das investigações, esses jogadores estão colaborando com depoimentos como testemunhas para esclarecer se a administração do clube teve algum papel na escolha desse imóvel.
Denúncias históricas e novas investigações
Investigações anteriores já tinham colocado o clube sob suspeita de associação com o crime organizado, vinculando contratos de patrocínios a empresas supostamente conectadas à facção criminosa. Denúncias passadas mencionaram intermediários em negociações de atletas, suscitando questionamentos sobre a integridade das operações do clube.
A investigação inicialmente focava no uso dos cartões corporativos das gestões passadas e foi posteriormente estendida para a gestão atual. Apesar do MP ter pedido à Justiça o afastamento dos presidentes do clube mais recentes e a quebra de sigilo bancário dos cartões, ainda não houve uma decisão judicial. O clube afirmou ter entregue todos os documentos referentes ao período investigado.
Próximos passos na investigação
Os depoimentos de proprietários de estabelecimentos supostamente envolvidos foram adiados devido a pedidos de habeas corpus. Enquanto isso, a promotoria planeja ouvir mais membros da diretoria, como vice-presidentes e dirigentes. Dependendo dos resultados dessa fase da investigação, podem surgir acusações formais de associação criminosa, agregando mais um capítulo ao escândalo que continua a gerar repercussões dentro do clube.
