Quase um ano após o trágico acidente do voo 2283 da Voepass, que decolou de Cascavel para Guarulhos e caiu em Vinhedo (SP), episódios até então desconhecidos vêm à tona. O acidente, envolvendo um ATR 72-500 com 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo, não teve sobreviventes.
Um áudio revelado pelo Fantástico, da TV Globo, traz conversas de dois empregados da manutenção, que discutem um grave problema técnico não reportado no diário de bordo. Em um momento de consternação, um deles expressa: “Remorso desgraçado… errei, errei de não ter mandado por escrito”, enquanto o outro sugeria que ele preservasse evidências do ocorrido, referindo-se à situação como “sujeira”.
Problemas ignorados e pressão interna
Um mecânico revelou que o sistema de degelo do avião falhou na madrugada antes do desastre. A aeronave foi autorizada a voar depois de um pouso em Ribeirão Preto, apesar de o piloto ter solicitado manutenção verbalmente. A pressão para não interromper os voos pode ter sido um fator decisivo para a desatenção ao problema.
Muitos passageiros, que haviam comprado passagens pela Latam, desconheciam que voariam pela Voepass. As reservas e os cartões de embarque mencionavam a empresa operadora de maneira pouco clara, identificada apenas pelo código "2Z".
O que dizem a Latam e a Voepass
Em resposta ao ocorrido, a Latam esclareceu que sempre notificou seus passageiros sobre a operadora dos voos, e mencionou que terminou a parceria com a Voepass por iniciativa própria. Por outro lado, a Voepass afirmou que segue normativas internacionais de segurança e aguarda os resultados das investigações oficiais pelo Cenipa.