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últimas palavras do copiloto antes da queda do avião da VoePass

  • O gravador de voz da cabine capturou o momento em que o copiloto Humberto de Campos Alencar e Silva, percebendo a perda de sustentação da aeronave da VoePass que caiu em Vinhedo (SP), perguntou ao piloto Danilo Romano: “O que está acontecendo?”.

    De acordo com a transcrição obtida pela TV Globo, o copiloto, após perceber o problema, sugeriu que fosse preciso “dar potência” para tentar estabilizar o avião e evitar o desastre.

    Infelizmente, os esforços não foram suficientes e a aeronave colidiu com o solo cerca de um minuto após a constatação da perda de altitude.

    A gravação é finalizada com gritos e com o estrondo do choque da aeronave contra o chão.

    Os dados do voo mostram que, instantes antes da queda, o ATR-72 estava a uma altitude de 5.190 metros.

    Em um minuto, a aeronave despencou aproximadamente 4 mil metros, atingindo 1.250 metros de altura no momento do impacto. Nenhum dos ocupantes sobreviveu ao acidente.

    O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), está à frente das investigações para determinar as causas da tragédia.

    Segundo especialistas ouvidos pela TV Globo, a análise preliminar dos dados sugere que a perda de altitude foi repentina, mas o áudio da cabine, por si só, não revela a causa exata da queda.

    O relatório técnico preliminar da FAB deve ser concluído em 30 dias, enquanto a Polícia Federal (PF) também conduz uma investigação criminal paralela.

    Esta última pode demorar mais de um ano para determinar se houve crimes envolvidos e para identificar possíveis responsáveis.

    A PF aguarda ainda a finalização de dois laudos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) para avançar na investigação.

    A força-tarefa do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo já identificou 60 das 62 vítimas do acidente. A maioria foi identificada por meio da coleta de digitais e reconhecimento por familiares.

    Até o momento, 30 corpos foram liberados para que as famílias possam realizar os funerais. O IML, por respeito à privacidade, não divulgou os nomes dos identificados. O copiloto foi um deles e já teve o corpo sepultado.

    O pai dele contou que o local da despedida foi decidido pelo filho ainda em vida.

    “Ele sempre falou isso: ‘pai, não esqueça. Quando eu morrer, eu quero sepultado em Iporanga’. Falou várias vezes, para mim, aos irmãos, para esposa”, afirmou Bernardo Pereira da Silva, de 87 anos.

    Enquanto os trabalhos de identificação continuam, os familiares das vítimas, que estão hospedados em um hotel no centro de São Paulo, são chamados ao Instituto Oscar Freire, adjacente ao IML, para realizar o reconhecimento dos corpos.

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    Fonte: Metrópoles

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