Recentemente, a vacina experimental ELI-002 2P, desenvolvida para combater o câncer de intestino e pâncreas, demonstrou capacidade de prevenir a recorrência da doença em indivíduos com alto risco. Este estudo foi publicado na renomada revista Nature Medicine e tem gerado expectativas positivas entre pacientes e especialistas da saúde.
Os primeiros testes clínicos revelaram que a vacina induziu uma resposta imunológica prolongada, algo considerado raro em tumores agressivos como o câncer de pâncreas. Em alguns casos, os pacientes mantiveram-se livres de doença por períodos significativamente mais longos que o usual, ultrapassando as estatísticas de sobrevida conhecidas.
O estudo foi liderado por cientistas da Universidade da Califórnia (UCLA), trazendo esperança no tratamento de uma das formas mais letais de câncer. A vacina ELI-002 2P atua de maneira não personalizada, podendo ser aplicada em diferentes pacientes de forma rápida e acessível. Ela mira mutações no gene KRAS, que está envolvido na maioria dos casos de câncer de pâncreas e em cerca de metade dos colorretais.
O mecanismo de ação da vacina envolve o direcionamento ao sistema imunológico, especificamente nos gânglios linfáticos, para ativar as células T e atacar células tumorais modificadas pelo KRAS. Durante o teste de fase 1, com a participação de 25 pacientes que já haviam sido submetidos a cirurgia, 84% desenvolveram células T anticancerígenas e, em alguns casos, os marcadores de câncer foram completamente eliminados.
Os dados também mostraram que pacientes com respostas imunológicas mais robustas obtiveram períodos prolongados sem a doença, e 67% apresentaram reações também a outras mutações cancerígenas.
Os resultados indicaram uma sobrevida livre de recidiva de 16,33 meses e uma sobrevida global mediana de 28,94 meses. Zev Wainberg, professor e autor principal do estudo, expressou grande entusiasmo com os avanços, sobretudo para o câncer de pâncreas. O próximo passo é um ensaio clínico de fase 2 com um número maior de pacientes para confirmar a eficácia e explorar o uso generalizado do tratamento.
Outras notícias promissoras relacionadas a vacinas contra diferentes tipos de câncer também foram destacadas, como a vacina universal contra câncer nos EUA e a primeira vacina do mundo contra gonorreia na Inglaterra, mostrando um horizonte otimista na luta contra essas doenças.
